No tempo em que o Guaíba era rio e ninguém questionava sua denominação geológica, cheguei a tomar banho em suas águas, como fizeram no último final de semana alguns ousados frequentadores da nova orla, assoleados pelo que chamávamos naquela época remota de "canícula senegalesca". O rio da minha aldeia – como o Tejo na poesia de Pessoa – pertencia a menos gente, era bem mais limpo e tinha locais verdadeiramente balneáveis, entre os quais um recanto arborizado do bairro Guarujá, onde acampávamos em família nos domingos calorentos. Já nadei naquelas águas, já remei naquelas águas, já pesquei naquelas águas e certamente já bebi muito daquelas águas, o que me torna, como porto-alegrense nato, um parente muito próximo do Guaíba, seja ele rio, lago ou estuário.
Natureza
Amigo do rio planta árvores para protegê-lo
Guaíba é generoso como o seu protetor: apesar de maltratado, premia os porto-alegrenses com a brisa e o pôr do sol