O ministro mais lúcido do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, disse à jornalista Carolina Bahia (em excelente entrevista publicada na véspera da virada de ano) que o Brasil precisa firmar três grandes pactos para passar da velha ordem (corrupção, jeitinho, impunidade etc) à nova – por enquanto, representada pelo desejo inequívoco de moralidade, manifestado nas urnas pela maioria da população. O primeiro seria um pacto de integridade, tanto na área pública quanto na iniciativa privada. Em síntese: não roubar, não deixar roubar e não corromper. O segundo conjugaria responsabilidade fiscal e justiça social. Traduzindo: menos Estado e melhor distribuição de renda. O terceiro, segundo o magistrado, deve ser um pacto pela educação básica. De novo, minha interpretação: mais brasileiros letrados, informados e capacitados a gerir o próprio destino.
Um país melhor
Adoraria ver o Brasil pacificado, mas não creio na possibilidade de qualquer pacto
Teríamos que envolver nesses acordos de decência não apenas os cidadãos honestos, mas também os gananciosos, os salafrários e todos aqueles que se consideram mais espertos do que os demais