Não é a primeira vez e pode nem ser a última, mas Mano Menezes recomeça sua trajetória no Grêmio debaixo de mau tempo. Sabia disso quando aceitou voltar ao clube 20 anos depois, deve ter inclusive colocado no preço do seu trabalho até dezembro a urgência e a dificuldade do momento, no que fez muito bem.
A lei de mercado funciona assim. Quem contrata na aflição alguém que imagina que irá resolver o seu problema sabe que terá que pagar pelo contexto em que a negociação acontece. Não há bandido ou mocinho nesta hora.
O treinador teve uma estreia boa, que poderia ser melhor. Na quinta-feira (24) passada, seu time mostrou espasmos de bom futebol, competiu todo tempo e ainda assim não conseguiu manter a vitória que por duas vezes lhe sorriu na partida.
Estrategicamente, o 2 a 2 com o Godoy Cruz não é um problema. O Grêmio decidirá sua vida na Sul-Americana dentro da Arena e a promessa na amostragem foi de um time em vias de melhora.
Os trabalhos mais bem-sucedidos de Mano Menezes deram resultado logo de saída, algo de que o Tricolor precisa para o cenário que vive.
Sequência longe de casa
O que não lembro de ter acontecido para nenhum treinador em Grêmio ou Inter foi a circunstância de estrear fora de casa e logo depois enfrentar outros dois jogos como visitante. A dificuldade cresce muito, já que o time vinha jogando pouco e não garante solidez ou personalidade para responder de imediato.
Depois de estrear com empate na Argentina, o próximo jogo seria de Arena cheia caso o Grêmio fosse anfitrião. Agora, no entanto, não é o que vai acontecer.
O Tricolor emenda enfrentamento de altíssimo grau de dificuldade contra quem, hoje, é adversário direto na luta contra o rebaixamento no Brasileirão.
O Vitória faz má Sul-Americana, perdeu em casa no meio da semana e está muito perto do Z-4. Tiago Carpini e comandados estão sob o olhar desconfiado de sua torcida.
O clube baiano venceu o Fortaleza da última vez que atuou no Barradão na competição nacional. Neste domingo (27), fará da empolgação sua arma mais poderosa para tentar manter o Grêmio tão dentro do Z-4 quanto ele, Vitória, fora.
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