Imagine um adolescente com o rosto tão carregado de espinhas que pessoas desconhecidas se autorizavam a interpelá-lo para dar as mais estapafúrdias receitas na boa intenção de melhorar aquela esquisita aparência. Uma vez, manhã de um sol para cada um em pleno dezembro da minha infância, eu e minhas espinhas esperávamos o ônibus na parada e uma senhorinha de cabelos em violeta se aproximou para dizer que tinha um sobrinho, segundo suas palavras, "muito pior do que tu". A receita incluía uma certa escatologia - xixi de cachorro nas áreas afetadas. Agradeci com todo constrangimento que um ser humano poderia sentir e rezei para que meu ônibus chegasse logo.
Bons tempos
Opinião
Maurício Saraiva: "Ainda existe em mim a criança feliz que eu fui"
Para comemorar o Dia das Crianças, em 12 de outubro, GZH convidou colunistas e comunicadores para escrever sobre a sua infância
Maurício Saraiva
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