
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai anunciar nesta sexta-feira (21) a antecipação dos contratos de opção de venda de arroz, firmados no ano passado com a intenção de garantir um preço mínimo aos produtores. A execução, que estava prevista para agosto, será possível a partir de abril. Ao todo, foram firmados 3.396 contratos no país, sendo 2.165 no Rio Grande do Sul.
O governo abriu um crédito extraordinário de quase R$ 1 bilhão para o programa, mas os contratos totalizaram R$ 162 milhões. Parte dos produtores considerou que o valor oferecido era muito baixo, tendo em vista que no ano passado a saca do grão chegou a ser comercializada a aproximadamente R$ 100. Agora, no entanto, a cotação está em queda.
Os produtores que optarem pela venda antecipada em abril receberão R$ 81,05 por saca. A oferta inicial foi de R$ 87,62, mas há um desconto pela diferença no período de armazenamento. Para o presidente da Conab, Edegar Pretto, a cotação é vantajosa, tendo em vista que a última média de preços levantada pela companhia foi de R$ 78.
— Nós aumentamos a área plantada de arroz no Brasil e teremos, segundo projeção da Conab, uma safra de 12 milhões de toneladas. O Mercosul vai ter uma safra de um milhão de toneladas a mais, a Índia decidiu abrir exportações que antes estavam fechadas. Esta conjuntura está fazendo o preço cair. E cabe ao governo amparar o agricultor, dando a opção de compra acima do preço mínimo — explicou Pretto.
A venda para o governo será permitida apenas para quem já firmou o contrato. Até agora, não há previsão de uma nova rodada de leilões.
Os contratos de opção garantem ao produtor um preço mínimo no momento da comercialização futura. Não há a obrigação do exercício de venda ao governo federal. No momento da colheita, o agricultor pode escolher a alternativa mais rentável entre o mercado e o ente público.