
Depois de encostar em R$ 6 há poucos dias, o dólar iniciou uma cautelosa trajetória de baixa, que se mantinha até certa altura desta terça-feira (15). No meio da tarde, volta a se aproximar dos R$ 5,90, com alta de 0,65%. Chegou a cruzar essa fronteira há pouco, mas voltou para o patamar de R$ 5,80.
Conforme analistas, a mudança de trajeto do dólar se deve a uma especulação – depois da fake news que virou truth news, tudo é possível. E o que se cogita é que os Estados Unidos façam alterações na alíquota de 25% aplicada sobre todos os carros fabricados fora do país.
— Estou buscando algo para ajudar algumas das montadoras enquanto usam partes feitas no Canadá, México e outros lugares. Precisam de um pouco de tempo, porque vão fazer essas peças aqui — disse o presidente Donald Trump.
Até esse momento, não há confirmação da medida, mas os mercados reagem ao aceno de Trump. Mas por quê? Seria um sinal de recuperação de alguma racionalidade no mais caótico processo de aplicação de tarifas da história. Com isso, algumas das perdas projetadas para essas empresas poderiam ser evitadas. Em decorrência, o dólar recupera valor.
Quando opera em momentos de forte oscilação, para cima e para baixo, o mercado também entra em fase "me dê motivo". O mais confuso dos cenários pode ser lido de forma a dar liquidez tanto para quem aposta no caos quanto para quem procura fugir desse cenário.
O detalhe é que as ações de montadoras americanas não estão subindo. Ao contrário. As da Ford caem 3%, enquanto as da GM recuam 1%. Conforme analistas, o mecanismo que estaria em análise não seria um adiamento, como ocorreu com os 90 dias para as tarifas punitivas. Seria um complexo mecanismo que daria "descontos" na tarifa proporcionais ao percentual produzido nos EUA – o que, neste caso sim, é muito complexo.
*Colaborou João Pedro Cecchini