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Uma perspectiva de desaceleração da economia alimentou o debate, no mercado financeiro, se o Banco Central (BC) comandado por Gabriel Galípolo seria "falcão" ou "pomba". No primeiro Relatório Focus apresentado depois da publicação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o "consenso do mercado" – projeção da maioria entre a cerca de uma centena de economistas consultados – encolheu a previsão de crescimento do PIB neste ano.
Até a semana passada, a projeção de expansão da atividade econômica era de 2,06%. No relatório distribuído nesta segunda-feira (10) pelo BC, recuou para 2,03%. É pouco? Sim, é pouco. Mas considerando que o mercado já havia elevado essa previsão, semanas atrás, é algo.
Para esclarecer: não se trata de "torcer contra" o crescimento econômico. O ponto é que o BC está aplicando um choque de juro com objetivo, exatamente, de moderar a expansão da atividade. Se os indicadores se comportam como o esperado, o choque pode ser mais limitado. Se não, existe o risco de que seja ampliado. E no mesmo relatório, a maioria elevou a projeção do IPCA para 2025, de 5,51% para 5,58%.
O aumento do juro é a única ferramenta que o BC tem para frear a inflação. O governo Lula chegou a discutir medidas para tentar frear preços, mas a essa altura deve ter se convencido de que tem pouco a fazer de forma efetiva.
Caso a aplicação de tarifa de 25% sobre aço e alumínio seja confirmada, existe risco de nova alta do dólar, o que pressiona a inflação. Ter a perspectiva de uma mera desaceleração, com tantos riscos no horizonte, pode ser a melhor perspectiva para a economia brasileira.