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A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou em janeiro a ponto de ser a mais baixa para o mês desde o Plano Real. Foi de 0,16%, três vezes menor do que a de dezembro. Mas isso ainda não é considerado um sinal de que o juro alto comece a fazer algum efeito, com a esperada desaceleração também da atividade econômica.
No entanto, a alta de preços no grupo alimentos e bebidas no mês passado foi de 0,96%, seis vezes acima da média. Culpa do café, o amigo-vilão nosso de cada dia? Nada disso: os que mais subiram foram os custos da cenoura (36,14%) e do tomate (20,27%), ambos muito acima do café moído (8,56%).
Um dos problemas do resultado é que o principal refresco na inflação foi pontual, ou seja, não se repete nos próximos meses: o chamado "bônus de Itaipu" que fez a energia elétrica residencial despencar 14,21% no mês. Essa, portanto, ainda não é uma redução sustentável da inflação.
É bom lembrar que o choque de juro que o Banco Central (BC) está aplicando não faz efeito nem sobre a cenoura, nem sobre o café. O custo desses produtos depende mais de clima e safra do que da taxa Selic.
A ambição do BC é reduzir os preços dos serviços. E aí também não há boa notícia: o núcleo de serviços subjacentes – que são os mais sensíveis ao juro – acelerou de 0,67% em dezembro para 0,86% em janeiro.
O "bônus de Itaipu" representa um saldo positivo na Conta de Comercialização de Energia Elétrica da hidrelétrica cuja administração o Brasil compartilha com o Paraguai. São recursos arrecadados pela Itaipu Binacional que o governo usa para abater aumentos da conta de luz dos brasileiros. Em janeiro, esse "excedente" chegou a R$ 1,3 bilhão.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo