Desde 20 de janeiro, data da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o dólar só cai. E houve nova queda nesta terça-feira (4), de 0,76%, levando a moeda americana a R$ 5,771, menor cotação desde 19 de novembro. Agora, a sequência de 12 quedas seguidas já é a maior da história do real
Um dos motivos é o próprio Trump. O republicano havia anunciado o início de uma guerra mundial comercial, com tarifas de 25% para México e Canadá e de 10% para China. No entanto, os países vizinhos aceitaram exigências de Trump e escaparam do imposto de importação por ao menos um mês.
O cenário que já era favorável para o real ganhar força teve outros componentes. Um foi a admissão, na ata da reunião em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou o juro de 12,75% para 13,75% de que a meta de inflação pode ser descumprida em junho. Isso significa que o juro vai ter de subir para além dos 14,75% já previstos para 19 de março.
Dados do mercado de trabalho dos EUA também favoreceram a queda do dólar, mostrando que a economia do país pode estar desacelerando. O cenário aumenta as chances de corte de juro americano, que teriam potencial de ajudar a atrair investidores para o Brasil, que opera em ciclo de alta de Selic — reforçada na ata do Copom desta terça-feira —, por aumento de diferencial de juro, ou seja, elevação da enorme diferença que já existe entre a taxa americana e a nacional.
*Colaborou João Pedro Cecchini