Depois de unir negócios na Addiante, as gigantes gaúchas Gerdau e Randoncorp ampliaram a parceria para A economia circular. Fecharam acordo para reciclar a sucata metálica gerada pela Randoncorp, sobretudo a partir da montagem de carrocerias, operação que tem sede em Caxias do Sul.
O contrato prevê reciclagem de 10 mil toneladas de sucata por ano, o que corresponde a um terço do volume gerado pelas unidades da Randoncorp no país. Os resíduos industriais são coletados e transportados para a usina da Gerdau em Charqueadas, onde a sucata é reaproveitada na produção de aço, que pode ser vendido de novo à própria Randoncorp ou a outras empresas interessadas.
O restante do que é gerado pela empresa de Caxias do Sul, cerca de 20 mil toneladas de sucata, já é reaproveitado na fundição, processo para transformação de resíduos em subprodutos da indústria a partir da aplicação de metal aquecido e líquido sobre um molde. A Gerdau converte em aço cerca de 11 milhões de toneladas de sucata por ano.
— É impossível fazer sozinho economia circular, descarbonização do sistema. A gente só consegue transformar juntos. A Gerdau é nossa fornecedora e agora, de certa forma, voltamos a ser fornecedores da Gerdau — afirma Marcos Baptistucci, executivo que lidera as áreas de pessoas, cultura e ESG da Randoncorp.
Ainda há outro benefício ambiental no acordo: redução da emissão de gases do efeito estufa por melhora da logística. Antes, a operação de reciclagem da Randoncorp incluía diversos parceiros. Agora, é só a Gerdau. O custo também é menor.
Como a parceria ocorre desde agosto, há possibilidade de a sucata gerada pela Randoncorp já ter sido reintegrada à cadeia produtiva e vendida à própria empresa em forma de aço.
— O ciclo é curto. Não vou dizer 100%, mas é bem possível que o ciclo já tenha sido fechado. A sucata tem várias aplicações, não tem um carimbo específico. O que a gente garante é colocar no mercado de novo — diz o líder de metálicos da Gerdau, Denis Gomes.
*Colaborou João Pedro Cecchini