Às 11h20min, o dólar chegou a ser negociado abaixo de R$ 5,80. A mínima do dia chegou a R$ 5,759 e mostrou o tamanho do alívio com os sucessivos recuos de Donald Trump na aplicação de tarifas e também com o tom mais duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
A última vez em que o dólar fechou cotado abaixo de R$ 5,80 foi 19 de novembro de 2024, quando fechou em R$ 5,768. No front externo, o que restou do que parecia ter sido a guerra mundial comercial deflagrada por Trump foi uma tarifa de 10% para produtos chineses – que é muito, mas nada perto do que se temia.
No interno, o comunicado da reunião do Copom que elevou o juro de 12,75% para 13,75% e reiterou que subirá para 14,75% na reunião de 19 de março havia provocado um debate se o Banco Central (BC) havia atuado como "falcão" ou "pomba". Na ata, publicada nesta terça-feira (4), o BC admitiu que a meta de inflação pode ser descumprida em junho, ou seja, que a alta de preços pode ficar a cima de 4,5% até lá.
“Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”.
O efeito líquido de inflação acima da meta é levar a novos aumentos do juro básico, segundo os manuais. E o descumprimento previsto para a metade do ano, não para o final, como era até agora, é reflexo do início da vigência, neste ano, do sistema de meta contínua. Se alonga o prazo de validade da meta, cujo centro é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, encurta o período para alcançar esse objetivo.