Há debate se novembro de 2024 é ou não o momento de virada rumo ao "crescimento calibrado" desejado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), apresentado nesta quinta-feira (16), mostra que a economia brasileira seguiu no positivo, com variação de 0,1% em novembro ante o mês anterior, ainda que isso seja quase marcar passo.
A expectativa do mercado era de que o indicador registrasse retração no período. O resultado de novembro é o quarto seguido no campo positivo. Mostra, por outro lado, que a economia está desacelerando depois de avanços de 0,3% em agosto e 0,7% em setembro. Também houve variação para cima de 0,1% em outubro.
— Sinaliza sólido crescimento da atividade no quarto trimestre de 2024. Ao menos por ora, não há sinais de esfriamento da atividade doméstica. Os últimos dados mostraram o mercado de trabalho aquecido, com taxa de desemprego nos menores níveis desde 2012 e aumento real dos salários — afirma Rodolfo Margato, economista da XP.
Na comparação com novembro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 4,1%, enquanto no acumulado em 12 meses, de 3,6%. É bom lembrar que o mês não foi afetado pelo choque de juro que começou em dezembro. Esse impacto ainda vai levar meses para chegar à atividade econômica.
Com o resultado de novembro do IBC-Br, Margato avalia que o PIB pode crescer acima de 3,5% em 2024. O Relatório Focus realizado pelo Banco Central aponta que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2024 é de 3,5%, indo a 2,02% em 2025.
*Colaborou João Pedro Cecchini