Havia probabilidade de que o dólar, enfim, abandonasse o patamar de R$ 6 nesta quinta-feira (16). Logo na primeira hora do pregão, chegou à mínima de R$ 5,996 após um mês acima da barreira psicológica. A cotação, no entanto, não se sustentou ao longo do dia, e a moeda americana fechou com alta de 0,48%, para R$ 6,053.
Parte da pressão veio do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de novembro de 2024, apresentado nesta quinta-feira. A expectativa do mercado era de que o indicador registrasse retração no período, mas teve variação para cima de 0,1% ante o mês anterior.
O resultado de novembro mostra que, ainda que siga no campo positivo, a atividade está desacelerando depois de avanços de 0,3% em agosto e 0,7% em setembro. A percepção do mercado é de uma economia brasileira mais forte tem impacto na inflação, que por sua vez, desvaloriza o real.
Já no Exterior, indicadores apontam moderação na atividade econômica dos Estados Unidos, reduzindo a valorização do dólar frente a várias moedas. Em tese, é uma boa notícia, porque aumenta a possibilidade de afrouxamento monetário — juro básico menos elevado — a ser realizado pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central do EUA).
Também pesa a proximidade da posse de Donald Trump, marcada para próxima segunda-feira (20). Não se sabe que medidas o republicano vai tomar. A mais ameaçadora do ponto de vista cambial é o aumento acentuado do imposto de importação, que teria efeito na inflação e no juro.
*Colaborou João Pedro Cecchini