Não teve choque de juro nem leilão de reserva que resolvesse, e o dólar voltou a ser cotado no patamar de R$ 6 nesta quinta-feira. Foi por pouco, mas fechou cotado em R$ 6,009, resultado de pequena alta de 0,69%.
Embora não registrado grandes oscilações ao longo do dia, a cotação variou entre a abertura abaixo de R$ 6, como se esperava, e a subida discreta no fechamento. O que despencou, mesmo, foi o Ibovespa. Faltando menos de uma hora para o fechamento, acumula queda de quase 3% (2,91%). Essa era uma reação esperada ao choque de juro, que vai encarecer o crédito e reduzir o consumo.
Com dois leilões de linha, que vendem dólares das reservas, o Banco Central (BC) tinha intenção de ao menos fazer a cotação recuar para o patamar abaixo dos R$ 6, mas não conseguiu. Segundo analistas, o fracasso se deveu ao resultado da inflação ao produtor nos Estados Unidos, acima do esperado. Na véspera, a cotação havia caído 1,3% e fechado abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 28 de novembro, dia do anúncio do pacote de corte de gastos.
Até agora, tanto o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, quanto o futuro, Gabriel Galípolo, vinham dizendo que a instituição só interviria no câmbio em caso de "disfuncionalidade" (quando algo não funciona como o esperado).
Na véspera, um levantamento do UOL detectou que o BC havia feito 113 vezes intervenções no mercado de câmbio nos quatro anos da gestão Bolsonaro, e apenas uma uma vez no governo Lula.
Mesmo considerando que houve uma pandemia no período entre 2019 e 2022, há uma diferença notável. O recorde nominal do governo anterior foi de R$ 5,912, enquanto o do atual atingiu R$ 6,081.