Faz meses que a discussão sobre a suposta necessidade de elevar o juro básico no Brasil ainda neste ano não sai da agenda. Mas houve recente e grande mudança na percepção do mercado sobre a posição de dirigentes do Banco Central (BC).
Desde a participação do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e seu virtual substituto, Gabriel Galípolo, em evento do banco BTG Pactual, agora o primeiro é "leniente" e o segundo "durão".
Quem diria: até terça-feira (20), a imagem era invertida.
No evento, Campos Neto afirmou que o cenário de recessão nos Estados Unidos não prevaleceu, e segue a perspectiva de uma "desaceleração organizada".
Além disso, disse em entrevista ao jornal O Globo que o mercado fala em alta da Selic, mas os economistas, não. Como a coluna observou, no Relatório Focus, que consulta cerca de uma centena de profissionais, a maioria mantém a projeção de 10,5% até o final do ano.
Galípolo, por sua vez, reforçou a posição de que a alta de juro está na mesa e todos os diretores indicados pelo atual governo adotariam essa medida caso seja preciso para garantir que a inflação volte à meta de 3% ao ano.
Há debate também sobre a possibilidade de que apenas falar em aumento da Selic tenha efeito equivalente a uma elevação efetiva, mas não há garantias de que isso funcione. Por via das dúvidas, Galípolo está tentando.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo