O jornalista Anderson Aires colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Dados da edição de março da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (Peic-RS), recém-divulgada pela Fecomércio-RS, mostram que o sinal de alerta sobre a inadimplência segue aceso no Estado.
Embora o percentual de famílias com contas em atraso tenha caído na margem, de 30% em fevereiro para 28,3% em março, dados do endividamento mostram que existe ambiente para um possível repique da inadimplência.
A Peic informa que a parcela da renda comprometida com dívidas registrou um aumento, subindo para 28,5% — marcando o maior valor desde fevereiro de 2020 (28,7%). Segundo a Fecomércio-RS, esse aumento decorre exclusivamente da situação de famílias com renda inferior a 10 salários mínimos, que comprometeram 28,9% da sua renda em março. Já as famílias de maior poder aquisitivo apresentaram queda nesse indicador, de 27%, em fevereiro, para 26,5% no terceiro mês do ano.
O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, afirma que essa situação preocupa porque cria as condições para mais pressão sobre o orçamento e aumento da inadimplência:
— Como a maior parte das dívidas das pessoas físicas é pré-fixada, a perspectiva da manutenção de juros altos por mais tempo na economia brasileira tende a ter impacto negativo sobre aqueles que precisarem fazer novas dívidas nos próximos meses, com efeito também na inadimplência.
A pesquisa
A Peic tem como base dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No Rio Grande do Sul (Peic-RS), é realizada em Porto Alegre ao longo dos 10 dias anteriores ao mês de referência.
Para inadimplência, o levantamento leva em conta o número de famílias que têm contas ou dívidas em atrasos com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel e prestações de carro e de seguros.
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