No foco dos agentes de mercado há anos, uma empresa americana vem atropelando as big techs já populares e assumiu neste mês o quarto lugar em valor de mercado (número de ações multiplicado pelo preço) em todo o mundo. Guarde este nome: Nvidia.
Na quarta-feira (14), essa fabricante de chips ultrapassou a Alphabet, dona do Google, depois de superar o valor de mercado da Amazon. Só em escassos 45 dias de 2024, suas ações subiram 49%, o que deu à empresa capitalização ao redor de US$ 1,83 bilhão (R$ 9,1 bilhões).
Um dos motivos do "atropelo" das big techs é simples: são todas clientes da Nvidia. Os semicondutores que a empresa produz são necessários para os data centers que dão suporte para atividades complexas demandadas pelas aplicações de inteligência artificial (IA). Isso significa, também, que a produtora tem potencial de se valorizar ainda mais.
O produto considerado mais promissor da empresa é o H100, que tem 80 bilhões de transístores, cinco vezes mais do que os iPhones mais atualizados. Sim, o poder de um smartphone de última geração em 8 centímetros quadrados. E custa muito mais caro, ao redor de US$ 30 mil (R$ 150 mil). Mas são fundamentais para montar a infraestrutura necessária para o novo salto tecnológico.
E além de ser uma very big tech, a Nvidia tem papel geopolítico. É uma fabricante de chips nos Estados Unidos, que desafia o quase monopólio de Taiwan nesse mercado. É estratégica na ambição americana de alcançar a autossuficiência nesse material estratégico em 10 anos, e uma das mais beneficiadas pelo Chips and Science Act, do governo Biden, que incentiva a produção nacional de semicondutores com um potencial de US$ 39 bilhões. É assim uma espécie de geopolitech.