Depois do estresse com o risco de ampliação da guerra entre Hamas e Israel, nesta segunda-feira (23) a cotação do petróleo caiu 2,5%, para menos de US$ 90 (US$ 89,88) na ICE, a bolsa de Londres onde são negociados os contratos futuros.
A variação é resultado da avaliação do mercado que, nesse momento, essa hipótese é menos provável, depois da entrada de ajuda humanitária em Gaza e de apelos de trégua feitos pela União Europeia. É bom lembrar que esse preço é definido a cada minuto, portanto o cenário - e, em consequência, o valor -, pode mudar a qualquer momento.
Quando guerras explodem e os tiros impactam nos barris de petróleo, o preço costuma subir nos primeiros dias e e se reacomodar à medida que o conflito se estende, desde que não haja grande impacto na oferta. No recente caso do ataque da Rússia à Ucrânia, o efeito de alta se prolongou porque o país agressor é o terceiro maior produtor da matéria-prima no mundo e responsável pelo abastecimento de gás natural para boa parte da Europa.
No caso da guerra entre Hamas e Israel, essa lógica não necessariamente se aplica. Desde o ataque terrorista do grupo que governa Gaza, analistas advertem que, como não há produção no território, só haveria forte alta na cotação em caso de extensão do conflito a outras forças - como o Hezbollah - ou países - como o Irã, só para citar os mais temidos.
Houve alta moderada de 4,2% na segunda-feira (9) que se seguiu ao primeiro ataque, seguida de baixas, e um novo salto de 5,7% quando aumentou o temor de envolvimento de outros agentes. A nova baixa desta segunda-feira (23) é sinal de que a percepção mudou de novo. O resultado é que o preço do petróleo segue abaixo do patamar em que estava uma semana antes da guerra entre Hamas e Israel. Por pressões habituais do segmento - flutuações de estoques e fluxo de oferta -, o barril do tipo brent havia atingido US$ 96 antes do ataque terrorista de 7 de outubro.
Maiores produtores de petróleo
Por ordem de participação na produção global
- Estados Unidos - 18,9%
- Arábia Saudita - 12,9%
- Rússia - 11,9%
- Canadá - 5,9%
- Iraque - 4,8%
- China - 4,4%
- Emirados Árabes - 4,3%
- Irã - 4,1%
- Brasil - 3,3%
- Kuwait - 3,2%
Fonte: US Energy Information Administration (EIA)