Quando foi feita a concessão da iluminação pública de Porto Alegre à iniciativa privada, uma das obrigações era a implantação de um sistema de telegestão. Desde março, 22 mil dos 110 mil pontos de luz da capital gaúcha já tem GPS embarcado.
O processo foi feito pela concessionária IPSul, com tecnologia de TIM, M2M e Qualcomm. Um dos resultados concretos, relata Raimundo Dantas, diretor executivo da IPSul, foi a localização de uma lâmpada, que foi roubada, em um galpão da Região Metropolitana.
Mas o efeito mais efetivo, detalha, é no dia a dia da operação. Com o sistema, é possível identificar imediatamente se uma lâmpada apaga e, assim, antecipar a troca.
— A gente consegue resolver antes de chegar a queixa do morador. Isso permite ter uma operação mais ágil.
Outra expectativa é de economia de energia com a medição precisa do gasto - hoje, a conta é paga por meio de estimativa - e pequenos ajustes na intensidade da iluminação nas madrugadas - segundo Dantas, imperceptíveis - e durante o amanhecer e o anoitecer. O terceiro e mais interessante é que esse é o passo inicial para transformar Porto Alegre em cidade inteligente, com o sistema desenvolvido por TIM e M2M com sistemas de processamento da Qualcomm.
— Porto Alegre é a primeira capital que está implantando essa sistema, que será copiado por outra cidades. É um padrão compatível com o que está sendo feito no mundo inteiro e um protocolo já usado por bilhões de pessoas — descreve Paulo Humberto Gouvea, diretor de Soluções Corporativas da TIM Brasil.
Essa tecnologia, diz Paulo Humberto, será a base para "o que vem por aí". A partir da conexão segura do sistema de iluminação, será possível avançar para iniciativas de segurança e de conectividade entre pessoas, a partir de sinal gerado pelo sistema. Esse formato, detalha, já foi usado para gerar mapas de calor da movimentação durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Dantas informa que as novas soluções ainda dependem de regulação para agregar aos contratos, como sensores de tráfego e controles de umidade e temperatura.
Como o tema da conversa por vídeo era iluminação pública e tecnologia, a coluna quis saber se há possibilidade de prevenir furto de fios - um pesadelo que se agravou em Porto Alegre com a valorização do cobre. Segundo Dantas, se o sistema recebe a informação de que quatro ou cinco lâmpadas apagaram ao mesmo tempo, é uma evidência do crime. Lembra que a concessionária não tem poder de polícia, mas vê potencial de atuação com a Brigada Militar a partir dessas informações, além do potencial preventivo - o conhecimento da vigilância pode dissuadir os ladrões.