Até porque o financiamento a startups ficou mais seletivo, esses negócios nascentes precisam de uma central de informação eficiente e com atualização constante. Foi esse o propósito da Associação Gaúcha de Startups (AGS) ao criar o StartupMap (clique aqui para ver a primeira versão da ferramenta).
Apesar do nome, explica o presidente da entidade, Bruno Bastos, é mais do que um mapeamento. A intenção foi construir uma plataforma colaborativa - como cabe a um ecossistema de inovação - que pudesse ser facilmente atualizada.
A coordenação coube a Tatiana Ximenes, diretora de Conexões da AGS. A executiva observa que no Rio Grande do Sul, há muitos ecossistemas ligados às vocações econômicas de suas regiões. Se essa caraterística tem um lado muito positivo, que é o da descentralização, também representa um desafio para conectar todos em uma atividade marcada pela velocidade de surgimento e de encerramento de negócios.
— O ecossistema vai além das startups: envolve empresas, parques tecnológicos, universidades, governos, investidores, mentores. Nos últimos dois anos, assumiu grande protagonismo no Estado com oito ou nove regiões muito vocacionadas. Nossa preocupação foi refletir a velocidade do segmento em um organismo vivo — detalha.
A tarefa teve apoio do Sebrae X e já começou com uma base de 1,2 startups, mas Tatiana afirma que a maior preocupação não foi mapear, e sim entregar uma plataforma colaborativa. As startups poderão atualizar suas informações diretamente na ferramenta, tanto no caso de ter escalado - aumentado o tamanho do negócio - ou até encerrado as atividades - geralmente, para começar outra.
— Queremos deixar o processo o mais transparente possível para todos. Nessa primeira versão, estamos cuidando das primeiras dores do ecossistema, agora vamos para uma segunda rodada, para a qual vamos captar recursos. É importante para a cadeia ter acesso a startups, para as startups, ter acesso a agências de fomento, por exemplo — pondera Tatiana.
Embora conte com a atualização das próprias startups, a plataforma tem curadoria para garantir a fidelidade dos dados. A executiva diz que teve a ferramenta "do nada", por isso o trabalho levou "longos" cinco meses - uma medida do ritmo do segmento. Tatiana acrescenta que uma das preocupações foi dar visibilidade a operações que até agora eram "invisíveis", como eventos locais do sistema.
— Agora, vamos desenhar juntos a fase 2, porque já temos uma plataforma robusta capaz de integrar com ouros sistemas. Já vai permitir cruzamento de dados e, no futuro, até a predição do ritmo de crescimento do segmento — avisa Tatiana.