A obrigação das operadoras de oferecer a tecnologia 5G "de verdade" do Brasil, a stand alone — algumas oferecem a modalidade DDS, mas não é a mesma coisa — foi adiada para setembro, mas agora surgiu nova previsão: é possível que chegue a Porto Alegre ainda neste mês.
A coluna costuma checar esses prazos com fontes do setor e só ouvia "setembro" como resposta. Agora, no entanto, soube que a Entidade Administradora da Faixa (EAF) prevê liberação da frequência para a capital gaúcha no dia 20 de julho.
A expectativa é de que a liberação em Brasília ocorra já na próxima terça-feira (5). Como a coluna havia explicado, uma das condições para a liberação do sinal era "limpar a faixa", o que significa trocar as antenas parabólicas ainda existentes por kits que funcionam em outro espectro de sinal. Atrasos nesse processo fizeram com que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) adiasse o compromisso das operadoras de oferecer o serviço de julho para setembro.
A EAF é uma sociedade de propósito específico formada pelas empresas que ganharam o leilão e responsável por cumprir as obrigações do edital. São várias, entre as quais limpar a faixa principal, mas também implantar fibra ótica na Região Norte. A maior rapidez em Porto Alegre, havia detalhado à coluna Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, que representa as operadoras de telefonia, se deve à legislação municipal de licenciamento.
Na primeira fase, a obrigação das operadoras é instalar uma antena de 5G a cada 100 mil habitantes nas capitais (seriam, portanto, ao menos 15 antenas em Porto Alegre). Até 2025, será preciso ter uma antena a cada 10 mil moradores de capitais. Os prazos vão até 2029.
A experiência do 5G vai depender das aplicações, mas tanto a Conexis, que representa todas as operadoras, como cada uma das empresas ouvidas pela coluna (leia clicando à esquerda) já sinalizaram que vão dar muita ênfase ao B2B (entre empresas). A avaliação é de que é no universo corporativo que a o 5G pode fazer mais diferença, facilitando aplicações como internet das coisas, manufatura 4.0, telemedicina e educação conectada.