A pesquisa global NextGen 2022, desenvolvida pela consultoria internacional PwC, indicou que a expansão para novos setores e mercados é vista como prioridade por 56% da próxima geração de líderes de empresas familiares brasileiras. O levantamento, que ouviu 1.306 negócios no mundo, destaca que a preocupação de garantir a prosperidade e o patrimônio da família é maior no Brasil do que em outros países: globalmente, 47% dos sucessores se enxergam responsáveis nesse mesmo sentido.
– A pandemia acelerou mudanças e a transição de poder em muitas empresas familiares. Nossa pesquisa mostra o desejo da futura geração de líderes em aprender novas competências para impulsionar o crescimento dos negócios em tempos tão incertos e o compromisso deles com a construção da confiança, algo que é uma marca registrada dessas empresas”, afirma Carlos Mendonça, sócio e líder de Serviços para Empresas Familiares da PwC Brasil.
A pesquisa mostra que, para as novas gerações, o crescimento por si só não é suficiente para manter a sobrevivência dos negócios. Políticas ESG (práticas ambientais, sociais e de governança corporativa, em inglês) estão vinculadas à confiança no mercado e são fundamentais para garantir a estabilidade dos negócios e atrair investidores e consumidores. Adotar ações de combate às mudanças climáticas é visto como uma das principais responsabilidades por 72% dos sucessores brasileiros. Globalmente, essa percepção diminuiu para 47%.
Mesmo assim, implementar essas práticas ESG é visto como um desafio para a futura geração, que precisará de novas capacidades além do conhecimento digital para responder às preocupações ambientais, sociais e de governança. Os dados da NextGen mostram que é preciso alcançar emissões líquidas zero, gerenciar as novas tendências da força de trabalho, à medida em que se enfrenta “a grande onda de pedidos de demissão”, e identificar novos mercados em um mundo pós-pandemia.
– Em um cenário marcado por incertezas de todos os tipos, guerras, crises sanitárias e econômicas, mudanças climáticas, as empresas familiares precisam estar prontas para reagir e se adaptar rapidamente. A futura geração de líderes entende esse desafio e é capaz de perceber o vínculo existente entre as perspectivas de crescimento do negócio e as questões ESG”, pontua Rafael Biedermann, sócio da PwC Brasil.
* Colaborou Mathias Boni