Foi uma surpresa a informação, dada pela Petrobras na manhã desta segunda-feira (8), de que a estatal desistiu da venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que fica em Araucária (PR).
O motivo é o mesmo que costuma atrapalhar qualquer negócio: o preço oferecido pelos interessados foi muito baixo.
Em nota, a estatal reconheceu que "as condições das propostas apresentadas ficaram aquém da avaliação econômico-financeira" feita para a unidade. E apesar de ter encerrado o processo atual, a Petrobras afirmou que pretende retomar o processo de licitação para a refinaria do Paraná "tempestivamente", ou seja, em momento mais adequado.
A decisão surpreende porque circulava no mercado a informação de que Araucária teria mais interesse do que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, por ficar mais perto do mercado do Sudeste, o maior do país. O comprador potencial seria o grupo nacional Cosan (que inclui a maior produtora de etanol do Brasil, a Raízen, a rede de postos Shell, a empresa de gás e energia Compass, a Rumo, empresa de transporte ferroviário que comprou a ALL).
No dia 19 de janeiro, a Petrobras informou recebido proposta da Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga, entre outros negócios, e encaminhava a privatização da refinaria gaúcha para a "negociação final". Nessa fase prevista no processo monitorado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), ainda pode haver desistência, mas pelos termos informados nesta segunda-feira (8), essa hipótese se tornou mais remota.
Assim como quatro outras unidades, informou a estatal, as tratativas sobre a Refap "continuam em andamento, visando a assinatura dos contratos de compra e venda". A estatal só usa esse tipo de projeção quando o risco de insucesso é muito baixo.
As demais na mesma fase são a Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas; a Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; a Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará; e a Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná. Os negócios fazem parte do plano da Petrobras para se desfazer de ativos na área de refino e se concentrar na exploração do pré-sal.