Anunciada em junho de 2020, a extinção da Ceitec, estatal federal conhecida como "fábrica de chips" que funciona em Porto Alegre, começou oficialmente na tarde desta quinta-feira (11).
Uma assembleia-geral, que havia sido adiada por força de liminar em janeiro, foi realizada e confirmou a dissolução da companhia, extinguiu a gestão atual, incluídos presidente, diretores e membros do conselho de administração e nomeou o liquidante, Abílio Eustáquio de Andrade Neto.
O responsável pelo encerramento das atividades é uma espécie de profissional da liquidação de empresas, com atuação em vários outros casos no Brasil, não só de estatais. Conforme o até agora presidente do conselho de administração da Ceitec, Ronald Krummenauer, o tempo previsto para encerrar todo o processo é de 12 meses.
Segundo o executivo, uma eventual venda ou outro tipo de parceria pode ocorrer em qualquer momento até o final desse prazo.
A decisão de liquidar, em vez de privatizar a estatal federal, foi alvo de críticas do segmento de microeletrônica e de entidades ligadas a pesquisa e desenvolvimento no Estado. O governo federal tem dito que uma organização social (OS) será formada para preservar o conhecimento acumulado no segmento.
Desde 2009, quando se tornou estatal, a Ceitec acumula prejuízos. Em 2019, a receita com venda de produtos foi de R$ 7,8 milhões, enquanto as despesas somaram R$ 81 milhões, com prejuízo líquido de R$ 12 milhões. Em 11 anos, em valores nominais, o Tesouro aportou R$ 907 milhões na empresa, principal justificativa para a liquidação.