Ainda sem um plano nacional de vacinação confiável, nesta segunda-feira (14) ganhou musculatura a tese de que o auxílio emergencial terá de ser, mais uma vez, prorrogado.
A possibilidade entrou no radar de economistas e investidores exatamente porque não há certeza sobre quando será possível começar a imunizar os brasileiros e, em consequência, ter alguma segurança sobre a estabilidade dos negócios.
Conforme informação distribuída na manhã desta segunda-feira (14) pelo serviço especializado no mercado financeiro Broadcast, do Estadão, a extensão do auxílio poderia ser embutida em um projeto no Senado, "em meio à falta de perspectiva para a vacinação no Brasil".
Mesmo com o anúncio de que o governo de São Paulo e o Instituto Butantan pretendem apresentar estudos de eficácia da Coronavac e pedido de aprovação na Anvisa no dia 23, sobram dúvidas. As insinuações do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, de que vacinas poderiam ser confiscadas, provocaram ruídos, apesar de terem sido desmentidas. Com a vacinação iniciada em outro país, os Estado Unidos, aumenta a pressão sobre o Brasil.
Se a imunização de fato atrasar, como se teme, a conta aumenta. A equipe econômica contava com a possibilidade de zerar a despesa do auxílio emergencial, que ainda representa, em um mês, quase o custo anual do Bolsa Família, cerca de R$ 25 bilhões.
Será preciso atrasar a volta ao ajuste fiscal quando deveria começar o combate à inflação. O país com dívida perto de 100% do PIB teria de aumentar o juro, o que elevaria o endividamento, porque a taxa básica é a principal indexador dos compromissos com credores. Esse é o tamanho da encrenca.