No dia em que funcionários da Ceitec organizaram protesto em frente ao Palácio Piratini, o governo do Rio Grande do Sul entra em campo para tentar mediar uma alternativa para a simples desaparição da estatal federal.
Uma reunião virtual entre o governador Eduardo Leite e Julio Semeghini, secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), ao qual a Ceitec é subordinada, está prevista para a tarde desta quarta-feira (17).
A expectativa não é reverter a decisão tomada pelo conselho do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) na semana passada, que sequer foi comunicada ao governo do Estado.
A tentativa é ao menos garantir a sobrevivência de algumas das atividades da Ceitec, como a criação de circuitos integrados (chips), por meio de uma organização social (OS), como antecipou à coluna o presidente do conselho de administração da estatal, Ronald Krummenauer. Embora seja uma hipótese, ainda não está confirmada.
Nos últimos dias, aumentaram as críticas à extinção da Ceitec de entidades relacionadas ao segmento de microeletrônica e a atividades de pesquisa e desenvolvimento. Não houve, até agora, mobilização tão organizada quanto a do início do ano passado, quando ainda havia esperança de que a estatal fosse privatizada. O próprio secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, admitia a possibilidade de venda da "fábrica de chips", ma acabou anunciando que a Ceitec será "liquidada".
Em carta ao governador, a associação dos servidores da estatal federal ponderam que "há consenso entre profissionais e entidades do setor de tecnologia que a extinção da Ceitec acarretaria um retrocesso irreversível para o Brasil, e que mais e melhores investimentos devem ser feitos no setor de microeletrônica para que o País busque mais competitividade e não comprometa a sua soberania".