A coluna tem cobrado medidas de todos os níveis de governo, mas especialmente do federal, que concentra o escasso poder de fogo do Brasil para tentar amenizar o profundo impacto econômico da pandemia de coronavírus. Bancos tomaram a dianteira e anunciaram renegociação de dívidas, mas como jornalistas de economia acompanham desde os pacotes econômicos dos anos 1980 e 1990, a decisão do comando, como a renegociação de dívidas que vencem nos próximos meses, demora a chegar nas agências - e quando chegam , têm interpretação diferente da intenção original.
Nesses últimos dias, a coluna recebeu queixas, pedidos de ajuda e desabafos. Este, particularmente, descreve de maneira clara como têm sido vividos estes dias por quem tenta manter os compromissos em dia. O autor autorizou a publicação de trechos, mas pediu que seu nome fosse omitido.
"Estamos apreensivos pelo desamparo em que estamos, várias notícias (sobre apoio à economia) são publicadas todos os dias, mas na prática nada mudou. Minhas contas não foram canceladas. Certamente haverá uma enxurrada de inscrições no Serasa. Cancelei todos meus pagamentos para privilegiar o salário dos funcionários, que também estão aflitos porque sabem que a empresa não tem como pagar, a não ser com ajuda do governo e dos bancos."
"Tenho ido na minha agência do Banrisul desde que anunciaram ajuda, a gerente não tem informações, pedi que liberasse capital de giro extra, mas não sabia dizer se tinha algo disponível porque já tenho dívida com o banco, afinal estamos em crise há cinco anos ou mais, e ainda disse que teria de escolher entre o giro e a prorrogação, Saí de lá arrasado. Voltei para empresa e encarar meus funcionários não foi fácil. Hoje (esta sexta-feira)farei tudo de novo, vou na agência fazer plantão, já que o atendimento está restrito, com a esperança de ter alguma resposta positiva."
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