No momento em que mais brasileiros se voltam para aplicações na bolsa de valores, um retrospecto dos últimos 10 anos pode ajudar a tomar decisões, lembrando que comprar ações, especialmente para quem não tem familiaridade com o mercado de capitais, deve ser um investimento de longo prazo.
Entre todas as empresas listadas na bolsa brasileira – ou seja, a lista não se restringe ao Ibovespa, restrito às que tem maior volume de negociação, três gaúchas aparecem entre as 18 com maior rentabilidade: Lojas Renner, Dimed (Panvel) e Grendene.
É bom lembrar também, como costumam enfatizar os prospectos de analistas, que resultados passados não garantem a manutenção de bons desempenhos no futuro, ou seja, o fato de esses papéis acumularem boa rentabilidade até agora não significa que seguirão assim. A Comgás, que tem um desempenho muito acima da segunda colocada, por exemplo, acumula nesse período uma privatização – foi comprada pela Cosan em 2012 – e uma oferta pública de ações, no início de 2019. É bom lembrar que a Cosan é uma das empresas interessadas, conforme informações de mercado, na compra das refinarias que a Petrobras pôs à venda no ano passado, entre as quais da Refap, de Canoas.
Os dados da coluna foram informados por Valter Bianchi, sócio da corretora Fundamenta, de Porto Alegre. Ele usou a ferramenta Eikon da Refinitiv (novo nome do serviço da Thomson Reuters). O gráfico abaixo traz as ações ordenadas pelo retorno nominal (sem descontar a inflação do período) de 30/12/2009 até 30/12/2019. Mas a inflação acumulada nesse período é bastante comportada – considerando que se tratam de 10 anos e tendo em vista a história de hiperinflação do Brasil: ao redor de 75%.
E, sim, a coluna sabe que esse período não constitui uma década formal, do ponto de vista da contagem do calendário gregoriano, para o qual esses períodos começam em anos com final 1 e terminam em final 0.