Ex-secretário de Educação do Estado, Ronald Krummenauer assume nesta quinta-feira (29) o conselho de administração da Ceitec, uma das empresas que está na mira do governo federal para privatização ou até extinção, como admitiu a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier. Uma de suas missões, admite, será acompanhar a definição do futuro da empresa, que é uma SA, portanto não depende de autorização do Congresso para ser vendida.
– Se tivesse uma placa de 'vende-se' hoje não teria comprador. Seria lamentável se houvesse um desmonte sem qualquer aproveitamento – observa Krummenauer.
O executivo relata que está aprofundando informações sobre a empresa e seu segmento de atuação a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que tem sob seu guarda-chuva a estatal que funciona na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre.
– O governo federal ainda não tem uma definição do que fazer com a empresa. Vou participar do estudo e contribuir para a decisão – diz.
No Estado, já houve até mobilização para garantir que a empresa se mantenha em operação. Na avaliação de Krummenaur, há "dois negócios muito diferentes" na Ceitec. Avalia como "muito competentes" as áreas de prototipagem, design, formação e retenção de talentos. Relata que a empresa perde quase um funcionário por mês para outros equipamentos do tipo distribuídos pelo mundo, o que evidencia a qualidade técnica da equipe.
– Outra coisa é a a fábrica de chips. Os equipamentos já não eram atualizados na época da criação da empresa. Para atualizá-los, seria necessário um investimento bilionário – afirma.
Também pondera se o tipo de projeto que a Ceitec vem desenvolvendo – chip para boi, para pedágio e para rastreamento de pneus – faz sentido dentro de uma estatal federal. Conforme Krummenauer, circula no MCTIC uma estimativa que o fechamento da Ceitec representaria custo de R$ 200 milhões, boa parte para dar destino aos equipamentos eletrônicos e ao material que ofereceria risco de contaminação se exposto.
