A alta de 2,23% no varejo em 2018 representou o melhor desempenho em cinco anos. Mas nos dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento mais destacado, até por sua longa cadeia – indústria, revendas e serviços – foi o automotivo. Em volume, a venda de veículos, motos, partes e peças foi o maior em 11 anos, com alta de 15,1%. Só perde para o salto de 22,6% em 2007.
Em 2017, o seguimento já havia demonstrado sinais de reação, com alta de 2,7%, após três anos consecutivos de encolhimento – inclusive a queda profunda de 17,8% em 2015, a maior da série histórica. Entre os fatores apontados como responsáveis pelo crescimento no ano passado, estão as condições de financiamento.
A mudança do regime de estímulos para o setor, com o fim do Inovar Auto e sua substituição pelo Rota 2030, ainda que atrasada, ajudou ao deixar mais claras as regras tributárias para o setor. O pior mês para vendas de carros foi maio, quando a greve dos caminhoneiros reduziu a atividade econômica no país. Ainda assim, o volume não caiu, apenas subiu menos, 2,1%. Não é à toa que as montadoras discutem investimentos bilionários no Brasil.
*Com Anderson Mello