Virou uma febre no país colecionar as figurinhas da Copa de 2018. Nesta entrevista, Marcelo Adriano da Silva, gerente de marketing da Panini Brasil, fala sobre os motivos do sucesso do álbum da competição que começa na quinta-feira e também responde se os cromos especiais têm tiragem menor, como desconfiam os aficionados. A empresa italiana tem a exclusividade da licença para vender a publicação em todo mundo.
Colecionar as figurinhas da Copa virou uma mania. Quais são as razões?
São vários fatores. Com as figurinhas, a criança tem um produto de socialização. Gera um incentivo dos pais para tirá-las um pouco do mundo digital. Pelo amor ao futebol e, também, pelo momento fantástico da Seleção brasileira. Então, são ingredientes que fazem o sucesso do produto.
Aumentou em relação a copas anteriores?
Sim. Vemos crianças e adultos colecionando. Tivemos períodos com produção de 8 milhões de envelopes por dia. De álbuns, colocamos 7 milhões na rua. Na verdade, a produção diminuiu, porque o mercado está abastecido. Conforme a demanda, vamos produzindo. A Panini é a única empresa com autorização para fazer o álbum oficial da Copa do Mundo. Estamos em mais de 80 países distribuindo esse álbum.
E o Brasil em relação a outros países?
A procura é bem intensa em todos os países. O Brasil acaba sendo o país com o maior destaque. Na Alemanha e no Peru há grande procura também. Até nos Estados Unidos, onde o futebol não é o principal esporte. Mas o Brasil é o maior mercado do ranking entre os países em que a Panini distribui.
Há uma curiosidade entre os colecionadores: as figurinhas especiais tem tiragem relativa menor?
Toda figurinha, especial ou não, tem a mesma tiragem. São 682 figurinhas. Mas as especiais são 50. Então, o percentual das figurinhas especiais em relação às normais é menor. Acaba sendo menor, no envelopamento, que as outras.
O que é feito para não haver concentração de figurinhas repetidas?
Tomamos cuidado para não ter muita repetição para o colecionador, para que ele complete o álbum. É o nosso segredo industrial. Quando faltam 40 figurinhas no álbum, também é possível pedir no atendimento ao consumidor, pagando a figurinha unitária, para receber em casa e completar. É importante porque incentivamos a preencher o álbum. Pela internet pode pedir até 40 figurinhas por CPF. O preço é o mesmo: cada cromo por R$ 0,40.
Como é feito o pedido das figurinhas?
Pode pedir pelo site e também ligar para saber mais informações com a área de atendimento ao consumidor. É só acessar lojapanini.com.br. Hoje, por ser o álbum da Copa, a demanda está alta e a demora é de até 30 dias. Também incentivamos muito a troca de figurinhas. Há apoio de professores, pedagogos e pais. Cria uma socialização, resgata um pouco a brincadeira do "bafo" e isso ajuda a criança, quando menorzinha, na coordenação motora. Em escolas, até adotaram o álbum para ajudar na geografia e um pouco na história. Bem interessante. E também tiramos a criança um pouco do celular e do tablet. Há ainda um público de adulto, que curte muito e coleciona.
A greve dos caminhoneiros afetou a distribuição?
Não. Como nós lançamos o produto dia 16 março, os pontos de venda — banca, supermercados e livrarias — estavam bem abastecidos. Não afetou em nada a produção e a entrega.