N asce nesta semana uma parceria que pretende reforçar uma tese com resultados concretos para tentar reduzir o impacto da crise em Rio Grande e na construção de navios e plataformas de petróleo em todo o Brasil. A Frente Parlamentar em Defesa do Polo Naval vai receber, em Brasília, o executivo gaúcho Harro Burmann, que conseguiu alcançar no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) indicadores de produtividade com padrão internacionalmente aceito.
Uma das vulnerabilidades da indústria de montagem de navios e plataformas é exatamente a baixa eficiência, que onera custos e dilata cronogramas. O gaúcho com experiência em reestruturações – incluindo corte profundo de pessoal – proclama intenção de "mudar a indústria naval do Brasil". Obteve algum sucesso em Suape (PE), sede do EAS, mas depara com as mesmas dificuldades do Sul.
A redução para 25% na exigência de conteúdo nacional e as mudanças no Fundo da Marinha Mercante (FMM)ameaçam fechar as comportas da construção naval no país. A indústria tenta elevar a proteção de 25% para 40%, mas o FMM anuncia corte sobre corte em previsões de financiamento à produção de navios.
– Se não tivéssemos conseguido estender o Repetro (isenção de tributos) para a indústria nacional, não haveria nada a fazer. Como passou, é hora de apoio mútuo para que a indústria naval tenha chance de participar da demanda do pré-sal que já existe – pondera Burmann.
Uma das ideias é criar instrumento semelhante ao lay off da indústria automotiva (preservação da vaga com salário menor) para não perder a mão de obra formada no período do auge, diz Burmann:
– Devemos dar esperança de Rio Grande voltar à ativa e não deixar ativos sumirem.