Poucos dias depois que vazou a aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Ecovix-Engevix Construções Oceânicas e a JB Minovix, associação de empresas japonesas liderada pela Mitsubishi Heavy Industries (MHI), anunciaram formalmente o fim de sua sociedade.
A Ecovix opera o Estaleiro Rio Grande, na cidade de mesmo nome, responsável por um contrato de US$ 3,5 bilhões com a Petrobras para a construção de oito cascos de plataformas de exploração de petróleo. Dois foram concluídos e rumaram para a China, onde será feita a montagem dos módulos.
A líder do consórcio é a Engevix, que teve dois diretores presos na Operação Lava-Jato e enfrentou dificuldades para pagar funcionários e fornecedores no final de 2015. Para garantir as operações, a Petrobras adotou o sistema de ''conta vinculada'', pelo qual garante a quitação dos serviços prestados de forma direta. A principal estrutura do estaleiro, o dique seco, é de propriedade da Petrobras.
Em nota, os dois consórcios confirmam que "os 30% de participação acionária que a JB Minovix detinha na companhia, desde dezembro de 2013, foram recomprados pela Jackson Empreendimentos SA, que passou a ter 100% das ações da Ecovix.
Conforme o comunicado, "a sociedade entre a Ecovix e a JB Minovix resultou em importantes ganhos de eficiência e de estratégia de produção ao trazer know-how tecnológico e pessoal especializado, agregando valor à indústria naval no Brasil.
Em meio a uma pesada crise no setor de construção naval direcionada ao segmento de exploração de óleo e gás, os dois consórcios frisam, na nota, que "o cenário no Brasil mudou e atualmente é bastante desafiador para as indústrias". No entanto, para reduzir o impacto do adeus (sayonara, em japonês) do consório estrangeiro, o texto frisa que "a Mitsubishi Heavy Industries continua confiante em relação às perspectivas futuras do país".