![Mateus Bruxel / Agencia RBS Mateus Bruxel / Agencia RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/7/9/6/0/4/1/5_0c460611e57be58/5140697_13c992283e362e5.jpg?w=700)
Que semana do inferno! CRE-DO!! QUE HORROR!! QUE CALOR!! O resumo dos últimos dias é incontestável. Qualquer ser humano que saiu para a rua no início dessa semana sentiu como se o próprio corpo estivesse entrando num forno, a roupa logo grudava num suor que escorria pelas costas. Não tinha como escapar. Água gelada e sombra não adiantavam.
Ondas de calor devem ser cada vez mais frequentes. Isso está posto, as mudanças climáticas já são uma realidade. Tem como regredir? Não. A humanidade perdeu essa chance. Não tem nada que a gente possa fazer para impedir que o planeta esquente. Parte das geleiras, tanto do polo sul como do polo norte, já virou água. Precisamos, é claro, revisitar nossas atitudes e ter ainda mais consciência ambiental para não sofrer AINDA MAIS.
Não tem como fugir das consequências de décadas de degradação do planeta. Hoje pagamos a conta nossa e dos nossos antepassados. Muito tem se falado em resiliência climática, mas, e na prática, o está sendo feito? Arrisco a dizer que muito pouco.
As nossas escolas estão em frangalhos há muito tempo. Falo isso com propriedade porque sempre estudei na rede pública, em colégios onde a falta de tudo era frequente. Nunca estudei em uma sala com ar-condicionado, mas naquela época não fazia tanto calor!
Os dados são claros: apenas 27% dos colégios da rede estadual e 11% das escolas da rede municipal de Porto Alegre tem equipamentos para deixar salas de aula na temperatura ideal para aprender. É pouco, muito pouco! Nas escolas estaduais ainda há outro desafio: as fiações elétricas antigas que impedem que os equipamentos que existem sejam ligados, muitos estão instalados nas paredes e que servem só de decoração.
O que me assusta não é o atraso do estado em ter escolas modernas. Mudar a realidade de 2.320 colégios é, de fato, uma tarefa que demanda muito dinheiro e tempo. O que me preocupa é quando não enxergam a realidade. Tem quem ache que tudo está lindo, maravilhoso, funcionando bem. É até engraçado!
A emergência climática não vai esperar. É preciso agir agora, dar condições mínimas de estrutura para que as crianças e adolescentes consigam aprender. Conforto térmico não é luxo. Que tal passar um dia inteiro numa sala sem ventilação, sem cortina nas janelas, com mais 30 pessoas? O que sobrou de calor, faltou em empatia.