
Gosto de escrever aqui sobre assuntos leves, crônicas, algo que meu olhar capta em algum instante da rotina. Hoje não vai dar.
Existe uma doença, bem séria, que muita gente negligencia, ignora, talvez por nunca ter passado por ela.
Nunca se esqueça: a dengue mata.
Eu tenho absoluta certeza que se você já teve ou convive com alguém que também já passou por isso, você sabe do que eu estou falando.
Eu tive dengue em 2015, quando morava em Maringá, no norte do Paraná. Foi a sensação mais estranha e ruim que eu tive em toda a minha vida. Em sete dias quase derreti de febre que insistia em ir e vir, cada vez pior. Minhas pernas não aguentavam o peso do meu corpo. Meus olhos ardiam. E foram muitos outros sintomas. Pensei até que não iria resistir. Tive muito medo.
A questão central aqui é que eu, que já enfrentei epidemias de dengue muito mais graves quando morei no Paraná, não vejo a mesma preocupação com a doença aqui no Rio Grande do Sul. Talvez porque o número de mortes aqui não seja tão alto quanto era lá, todos os anos.
Quando o verão se aproximava toda a região se mobilizava. Não tinha dia que não via pelas ruas alguma equipe dessas que combatem o mosquito seja com informação ou com fumacê (uma espécie de veneno que é lançado ao ar para matar os mosquitos). Aqui nem percebo as pessoas preocupadas em usar repelente!
Nessa quinta-feira noticiamos no Jornal do Almoço e em GZH que Porto Alegre iria decretar emergência em saúde por causa da dengue. Um hospital de campanha foi montado ao lado da UPA da Zona Norte para hidratação de pessoas que vão chegar lá com os sintomas dessa doença.
Combater a dengue não é algo de agora. Faz anos, décadas que sabemos o que precisa ser feito. É simples: não dá para ter nada que possa acumular água, já que assim você cria o ambiente ideal para que o mosquito se prolifere. Para quem ainda não sabe, um mosquito da dengue precisa picar alguém com a doença e só então passa a transmitir dengue para outras pessoas. É por isso que em épocas que temos muitos casos ativos, como agora, precisamos eliminar as larvas e, por consequência, os mosquitos.
Minha coluna de hoje é um pedido de atenção, um chamado de alerta. Teremos quatro dias mais tranquilos, dois feriados e um fim de semana. Tempo de sobra para olhar bem em volta de casa, fazer o que é preciso.
Parece até loucura ter que em 2025 pedir para que as pessoas virem potinhos, coloquem areia em pneus, lavem bebedouros de animais, verifiquem os vasos de plantas.