A frase de Odair Hellmann veio numa coletiva depois de um Gre-Nal: "No Rio Grande do Sul, tudo passa pelo Renato". Eram os tempos de um Grêmio que jogava como tricampeão da América, tempos de Geromel, Kannemann, Arthur, Maicon e Luan. Tempos que Renato vivia seu auge como técnico, era o queridinho do Brasil provável novo comandante da Seleção e visitava o ateliê do artista plástico que esculpia sua estátua. Renato não era só o nome mais falado do futebol gaúcho. Ele era o maior.
De volta ao presente, Renato segue no Grêmio e neste ano deixou claro o quanto as duas marcas são unidas e se confundem. Em Curitiba, no pior momento do time nesta temporada, longe de casa por conta da enchente e perdendo jogo atrás de jogo, estufou o peito como fez em Tóquio e prometeu: "O Grêmio não vai cair!". Não caiu. Mas sofreu. Muito.
E aí a história ganha uma reviravolta. Porque na hora de falar sobre o sofrimento para chegar aos 45 pontos, Renato lembra a enchente, a logística muito difícil, os quase dois meses longe de Porto Alegre, os doze jogos sem a Arena, somando Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, mas não fala que o time poderia jogar um pouquinho melhor, ser um pouquinho mais organizado, levar menos gols, ter um esquema e variações definidas e meritocracia na hora de escalar quem começa ou entra durante os jogos. Para Renato, Renato não errou e faz questão de repetir uma de suas falas favoritas: "Eu sou muito bom!"
Na coletiva, que no passado era certeza de diversão e hoje é repetitiva e grosseira, depois do empate contra o Vitória, anunciou que, assim que o árbitro apitar o fim do Brasileirão para Grêmio e Corinthians, vai conversar com o presidente por três minutos e definir seu futuro. Assim mesmo. Ele fala e o presidente ouve. O tempo passa, os grandes resultados do passado não voltam, o time irrita mais do que encanta, outros nomes milionários desembarcam em Porto Alegre para defender Grêmio ou Inter, técnicos estrangeiros ou brasileiros trabalham no Inter e só uma coisa não muda no Rio Grande do Sul.
Renato jamais sai de cena nas manchetes, conversas de bar, nas filas de espera, nas esquinas de cada cidade do Estado e nos debates de isentos, apaixonados ou aproveitadores.
Odair Hellmann tinha razão.
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