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A Celia Ribeiro, madrinha dos bons modos, que me perdoe, mas enveredo hoje na área dela para elencar minha lista de 10 maus hábitos do mundo digital. Faça a sua e poste nas redes.
- O disperso – Vá lá que o medidor de Ibope de uma palestra comece a despencar quando a audiência baixa os olhos e passa a conferir seus WhatsApps. Mas checar o celular numa conversa a dois – e responder longamente a uma mensagem- deveria ser considerado delito de deseducação sem direito à fiança.
- O grosseiro – Uma nação de sem noções acha que email e WhatsApp são sanitários públicos onde despejam ofensas, palavrões e grosserias a interlocutores. Contra esses, o antídoto é ignorar, bloquear, silenciar, assoviar e não perder mais tempo com baixarias.
- O inconveniente – A menos que seja íntimo, ninguém mais liga diretamente para outro celular sem antes perguntar se a outra pessoa pode atender. Nem chefe faz mais isso – só golpistas e outros xaropes que parecem ignorar que celular passou a fazer parte do corpo, o que inclui estar no meio de uma fala importante em uma reunião ou dormir ao lado do aparelho.
- O bobo da corte – Coloca, em nível máximo, toques de celular surrealistas, de modo que, quando estiver naquela reunião na firma e o fone tocar, todos se divirtam com o som de mugidos ou gemidos – e os chefes possam olhar, entre compungidos e irritados, para o vivente.
- O preguiçoso – Não tem tempo para escrever mensagens de WhatsApp e grava longas perorações que considera relevantíssimas para os outros, que, naturalmente, devem ter tempo de sobra para ouvi-las.
- O insubmisso – Espalha memes de suas teses em grupos que vedam manifestações que fujam ao tema central. Na falta de simancol, angaria antipatias às teses ao violar regras básicas de convivência.
- O dono do mundo – Sem ligar para o entorno, faz chamada de vídeo com familiares e fala em voz alta em locais públicos. Imagina que todos em volta querem saber do furúnculo do Betinho ou das dificuldades para cobrar uma dívida.
- O ingênuo – Repassa as mensagens assim que as recebe. Acredita em tudo que lê, especialmente se a mensagem diz que alguém poderoso não quer que ele tenha conhecimento daquele conteúdo. É o inocente útil, alegria das fake news.
- O esperançoso – Distribui 112 fotos iguais do filho recém-nascido e espera receber 112 joinhas de volta de gente que não vê há 15 anos. Empaca caixas de mensagem alheias com textos e memes de bom dia, boa tarde, boa noite, boa semana, feliz dia disso ou daquilo – e vibra quando alguém, penhorado, retribui.
- Por fim, duas regras simples, extraídas das leis de trânsito: na dúvida, não ultrapasse, e se beber, não tuíte.