
Prepare o assado, o mate e coloque a cerveja para gelar. O Argentina x Brasil desta terça-feira (25) será daqueles jogos imperdíveis. Por si só, assistir ao clássico já seria um dever.
Depois da declaração de Raphinha, prometendo "dar porrada neles antes e depois", o jogo ganhou muita pimenta e terá níveis de tensão nas nuvens.
As declarações de Raphinha, no podcast de Romário, são desnecessárias. Criam um ambiente de tensão e acirram uma rivalidade que se alimenta sozinha.
Em resumo, o confronto tem tudo para ser um daqueles capítulos históricos de um dos maiores clássicos do futebol mundial.
Há dois vieses nessas declarações de Raphinha.
Falta de liderança
Primeiro, mostram que essa nossa Seleção carece de um líder. O posto está vago. Raphinha, como vimos no pênalti cobrado contra a Colômbia, é uma referência técnica.
Mas ao provocar os argentinos ele se alçou a candidato a líder desta jovem Seleção a qual Dorival Júnior ainda tenta dar forma.
O nosso jogador mais rodado em verde e amarelo é Marquinhos. Completará 30 anos e está a caminho da terceira Copa. Mas, combinemos, nem de longe tem o perfil para comandar um vestiário da Seleção.
Outro campo
O outro viés é o de que Raphinha busca levar o confronto para um outro campo. Neste momento, estamos um bocado abaixo da Argentina.
Não só por ser a atual campeã, mas pelo fato de Lionel Scaloni estar no sétimo ano de trabalho e com um grupo praticamente montado.
Dorival só agora completa um ano de Seleção e ainda busca encontrar não um grupo, mas um time. Ficar apenas na bola, neste momento, nos desfavorece.
Por isso, Raphinha usou a provocação, uma estratégia que os argentinos muito usaram contra nós em tempos recentes, de Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano. Só não precisava passar tanto do tom, Raphinha.