O Inter não passa uma semana sem sobressaltos. Parece sina na vida do clube. Quando tudo parecia se encaminhar, com o plano de gestão esboçado por Alessandro Barcellos, lá no final de 2020, ganhando velocidade, veio a surpreendente saída de Paulo Autuori.
Nesse organograma elaborado por Barcellos e seus apoiadores, a figura do vice de futebol político acabou substituída pela do diretor técnico. Autuori tinha a chave do vestiário. Não era quem dava as ordens finais, mas era quem tinha a voz técnica no colegiado formado pelo executivo William Thomas, pelo gerente de mercado, Deive Bandeira, e pelo presidente Alessandro Barcellos, que era quem tinha a palavra final sobre chegadas e partidas, depois de abastecido das informações vindas de todos esses profissionais.
Além dessa voz técnica, Autuori era a conexão direta com Mano Menezes e sua comissão técnica. Era quem ouvia o técnico, suas reivindicações e também eram que fazia os questionamentos e contraposições em relações ao time.
O debate entre eles era franco e saudável, pela relação construída lá no começo dos anos 2000, quando Autuori recebeu Mano, então técnico do Guarani-VA, para um estágio na Toca da Raposa. Estágio esse intermediado por Caio Jr., à época atacante de Mano em Venâncio Aires.
A saída de Autuori para assumir o Nacional de Medellín deixa um buraco na estrutura do Inter. A tendência é de que o cargo não seja ocupado antes do final do Brasileirão.
Faltam 40 dias para acabar a temporada. Levando em conta que as contratações do Inter nesta gestão são feitas com análise minuciosa e negociações longas, o novo diretor técnico só deverá chegar quando os olhos de todos estiverem no Catar, e o grupo, em férias.