
Há, além do desafio de Mano Menezes de estancar a sangria de gols, um outro elemento complicador para o Grêmio em Salvador: o ambiente hostil do Barradão.
Jogar contra o Vitória lá nunca foi tarefa fácil para os visitantes. O estádio é encravado num declive, tanto que os torcedores entram por cima da arquibancada, o que cria o ambiente de caldeirão quando há público numeroso, o que deve se repetir neste domingo.
Mas há um outro elemento que mobiliza os torcedores do Vitória, a volta de Wagner Leonardo ao Barradão. Os baianos digeriram mal a saída do zagueiro, liderança técnica e de vestiário, com grande identificação com o clube. Wagner fez o gol da conquista do título estadual em 2024, depois de sete temporadas, e foi o símbolo da conquista da Série B em 2023, que marcou o retorno do clube à Série A.
A identificação era tanta que, no ano passado, ele assistiu à partida contra o Fluminense na bateria da Os Imbatíveis, a maior organizada do Vitória. Foi por essa identificação que Wagner recusou-se a se transferir para o Bahia quando houve assédio do Grupo City.
Porém, quando chegou a proposta do Grêmio, no fechamento da janela, ele pediu para ser negociado. Foi a maior venda da história do Vitória, por US$ 4,5 milhões.
Porém, a entrevista coletiva de apresentação na Arena magoou os torcedores rubro-negros. Wagner disse que retornava para um clube grande. Por isso, recebeu dos baianos o apelido de "Judas". Nos festejos de Páscoa, um torcedor levou um boneco com o rosto do zagueiro para ser malhado.
Não bastassem todas as preocupações em remontar o time e administrar o cansaço depois da viagem complicada desde Mendoza, Mano ainda terá de mobilizar o time para o ambiente que estará ainda mais nervoso no Barradão. O site do jornal A Tarde publicou nessa sexta (25) texto sobre o reencontro do zagueiro com o Vitória com o seguinte título: A volta de Judas? Wagner Leonardo deve enfrentar o Vitória.
Isso justo com o jogador cujo retorno é fundamental nessa busca de Mano por estabilizar a defesa.