
Os técnicos costumam dizer que montar um time é encaixar peças, fazer com que características se complementem. O Inter que enfrenta o Atlético-GO nesta segunda-feira (19) tem bons exemplos disso. Um deles é discussão do momento, se vai Alan Patrick e seu jogo escorreito, ou se vai Mauricio e seu estilo aceso de quem tem o mundo para conquistar aos 21 anos. Outro exemplo seria Wanderson e Pedro Henrique. Parecem iguais, mas são jogadores que mexem totalmente na estrutura do time.
Comecemos pelos meias. Depois do 1 a 0 no Cuiabá, Mano Menezes definiu Edenilson como um meia. É perceptível a perda de intensidade de quem, até pouco tempo, conectava duas áreas, entrava nelas e fazia gols. Sem Johnny, na Alemanha com a seleção dos EUA, Mano lançará Edenílson como titular. Aqui, há um déficit de vigor. Johnny ganhou a vaga porque corre mais, ocupa mais espaços e ainda aparece na área. Se Mano colocar Alan Patrick, haverá outra perda de energia, já que Mauricio entrega aquela ideia de atacar marcando.
Quanto aos extremas, é o caso mais notório de encaixes. PH joga pela direita, e isso faz com que Bustos venha por dentro. No lado esquerdo, como Renê é quase terceiro-zagueiro em muitos momentos, sem Wanderson, falta alguém para preencher o vazio à sua frente. É aqui que entra a mudança de posição de De Pena, mais aberto, e o recuo de Edenilson para fechar o meio com Gabriel.
Ou seja, não se trata apenas de trocar jogador como se ele fosse um bloco uniforme. Jogador tem forma própria, e a grande paixão dos técnicos é encontrar o encaixe delas.