A principal mudança do Grêmio foi emocional. A chegada de Renato desencadeou uma catarse coletiva e criou uma atmosfera no domingo que impregnou os jogadores de uma vibração ausente em quase toda a temporada.
Efeito de um poder messiânico que só um técnico que também é estátua é capaz de ter. Houve, é claro, alterações táticas, como a marcação alta e sempre com pressão no portador da bola, a saída de três de trás e uma transição muito rápida a partir da retomada. Ou seja, nenhuma revolução ou transformação extrema na forma de jogar. O que alterou o comportamento, mesmo, foi o aspecto emocional provocado a partir da chegada de Renato.
Uma fatalidade, no entanto, permitirá a Renato fazer a principal mudança no time. Campaz sofreu distensão muscular de grau 2 e perderá o restante da temporada. Talvez, o colombiano até tenha feito nos sete minutos contra o Vasco a sua despedida do Grêmio, já que ninguém assegura sua permanência para 2023. O sonho já era neste ano de que surgisse uma oferta que permitisse recuperar, pelo menos, parte dos US$ 4 milhões investidos na compra dele.
Sem o colombiano, Renato colocará no meio-campo o único jogador na Arena, neste momento, capaz de equilibrar o time. Thaciano parece, aos 27 anos, viver seu auge físico e consegue conectar as duas áreas, ser híbrido de volante e meia. Não virou um fenômeno nem o jogador que iluminará os dias do Grêmio. Mas, nesse contexto em que está metido o time, ele ganha, sim, contornos de solução.
O repórter de GZH Cristiano Munari publicou um texto em que fica comprovado o tamanho da mudança com sua entrada no time. Ele desarmou mais, interceptou mais e também pisou na área, para arrematar. Nem falemos aqui do gol, cuja origem está numa recuperação de bola dele, e a conclusão se deu depois de aceleração de intermediária à intermediária.
Em um cenário no qual os jogos exigem muito de intensidade, potência física e imposição, Thaciano é, sim, um ganho e tanto em relação a Campaz.