
Mano Menezes mantém Mauricio como titular em Arequipa. Acerta em cheio. Primeiro, que tirar um jogador de 21 anos depois de fazer dois gols no atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil daria um nó na cabeça dele. Não só dele, como do vestiário inteiro.
O vestiário respeita o campo e a hierarquia construída nele. Mauricio fez dois gols e teve atuação de luxo. Vem em crescimento e parece, enfim, dar sinais de maturação. No Beira-Rio, uma crítica que se ouvia sobre o ex-meia da seleção brasileira sub-20 era de que desligava durante os jogos. Cacique Medina fez dele um dos principais jogadores do time, mas o substituía justamente por causa desses apagões.
Mauricio é uma das lideranças do grupo. Hoje, é quem tem a voz mais forte entre os garotos. O vestiário, assim como qualquer ambiente de trabalho, é dividido em subgrupos. Acontece em qualquer clube. Há sempre a turma dos guris, a dos estrangeiros, a dos mais cascudos e por aí vai.
Não foi de graça que, no dia seguinte à queda para o Globo, Mauricio acompanhou Cuesta e Gabriel na entrevista em que os jogadores colocaram a cara a tapa. Essa personalidade é valorizada. Assim como o seu bom momento, que chega em excelente hora. Afinal, encarar a altitude e o ar seco submeteria Alan Patrick ou Taison a um alto risco depois de 30 dias de recuperação.