
Wanderson é ponteiro-direito. Traz no DNA essa forma de jogar. Seu pai, Wamberto, foi ponteiro-direito do Ajax, com uma trajetória anterior na Bélgica. O Inter buscou na Rússia um jogador com a característica que exige o jogo pensado pelo seu técnico.
Talvez essa seja uma contratação que mostre bem como funciona a atual política de contratações do clube. Não virão jogadores a esmo. Tampouco alguém posicionado na prateleira principal do mercado. Os recursos são escassos.
Por isso, a necessidade de ser criterioso. Nesse cenário, ou o clube enxerga antes dos outros uma jovem promessa, ou garimpa algum nome rodado em mercados secundários. Wanderson se encaixa nesse segundo perfil.
Tem formação toda feita na Europa. Belga de nascimento, chegou a jogar nas seleções de base do país, com passagem pelas categorias menores do Ajax e clubes como Levante e RB Salzburg no currículo, estreará no futebol brasileiro. A vantagem, em seu caso, é que chega mais maduro. Porém, precisará de um tempo de adaptação, como qualquer um que vem de fora.
O futebol brasileiro tem um ritmo de jogos e viagens insano. Treina-se bem menos aqui e atua-se como em nenhum outro lugar. No caso de Wanderson, ainda há o fato de estar voltando depois de oito meses se recuperando de lesão no tornozelo. Ele fez a pré-temporada pelo Krasnodar, participou de alguns amistosos, mas está sem atuar em jogos oficiais desde maio do ano passado. Ou seja, será preciso tempo e paciência.
Wanderson é só o primeiro extrema. O Inter sabe que, numa temporada corrida e com Brasileirão e Copa Sul-Americana no horizonte, precisará de mais um. Neste momento, há apenas dois disponíveis no grupo, sendo que um deles, David, virou o atacante mais avançado.