Preste atenção no nome do adversário de estreia do Grêmio na Copa Sul-Americana: Club Deportivo La Equidad Seguros. Sim, é mais uma das novas camisas emergentes do continente impulsionada por um modelo de gestão empresarial. No caso do La Equidad, o dono é uma tradicional seguradora colombiana, criada em meados dos anos 1970 a partir de uma associação de cooperativas. Em 1982, a empresa decidiu criar um clube para jogar torneios amadores em Bogotá.
A ideia era de que ele fosse um agente disseminador dos princípios do cooperativismo e também servisse para integrar funcionários e seus familiares. Deu tão certo que a La Equidad decidiu fazer do futebol um braço do grupo e transformou o time no CD La Equidad Seguros, o terceiro time de Bogotá, à sombra da rivalidade em azul e vermelho de Millonarios e Santa Fe (isso o faz lembrar de uma outra cidade?). O clube estreou na segunda divisão colombiana já com 7 mil associados, graças aos cooperativados.
Três anos depois, veio o acesso à elite colombiana. Na primeira temporada na elite, foi vice-campeão. Na segunda, ganhou sua primeira Copa Colômbia e garantiu vaga na Sul-Americana 2009. Um outro vice nacional viria em 2010. Ou seja, em sete anos, o clube havia deixado o amadorismo e jogado três finais.
Esta será a quinta participação, na Sul-Americana, do La Equidad – ou Los Aseguradores, como é chamado. Em 2019, o clube fez a melhor campanha, ao cair nas quartas para o Atlético-MG.
O Renato deles
Alexis García talvez seja o grande nome do La Equidad. Ele comandou o time por seis anos. Com ele, o clube subiu à elite em 2006 e foi três vezes vice colombiano, em 2007,2010 e 2011. Em janeiro de 2020, ele voltou ao clube. A missão era levá-lo outra vez às fases finais do Nacional (lá, a fórmula mistura pontos corridos e mata-mata). A missão foi cumprida. O La Equidad caiu na semifinal para o Santa Fe.
Por um detalhe, perdeu a vaga histórica na Libertadores. Neste ano, o clube acabou a fase classificatória em sexto, com 30 pontos em 18 jogos (oito vitórias, seis empates e quatro derrotas). Enfrentará o Atlético Nacional, pelas quartas de final. O jogo de ida será domingo.
O goleador
Alexis García pediu reforços para poder competir em igualdade (já vimos isso por aqui também). A direção atendeu. Daniel Mantilla, meia do Patriotas, estava a caminho do Millonarios e acabou fisgado. O centroavante Diego "El Tanque" Erazo veio do Independiente Medellín, depois de empréstimo ao Bucaramanga.
Os dois são os principais nomes. Erazo fez nove dos 21 gols do time no Colombiano – é o vice-artilheiro. Aqui, um alerta ao Grêmio: desses nove gols, oito foram dentro da área. Alexis García adota como estrutura de time uma defesa forte, com muita pegada no meio e liberdade para os atacantes decidirem.