
Bastaram 15 minutos de Galhardo e Edenilson em campo para o Inter afastar uma pasmaceira que criava apreensão desnecessária. Com os dois em campo, vieram os gols que carimbaram a classificação às quartas de final da Copa do Brasil.
A noite, é bem possível, registrou os 45 minutos mais pobres do Inter sob o comando de Eduardo Coudet. Faltou tudo no primeiro tempo: intensidade, qualidade, precisão e, principalmente, concentração. Só Lomba e a zaga eram titulares. Mas passa longe disso o pouco futebol. Até porque, em Goiânia, em situação parecida, teve vitória e aplicação.
Talvez a vantagem construída no jogo de ida tenha acomodado o Inter. E esse Inter só chegou à liderança do Brasileirão e se classificou na Liberadores justamente por não ser acomodado. Trata-se de um grupo com limitações e que precisa jogar em seu limite. Quando relaxa, torna-se comum e passa por dificuldades. Mesmo que o adversário seja o Atlético-GO desfalcado de seis jogadores e cuja ambição maior é ficar na Série A.
Exemplo
Se o jogo foi ruim e pouco atrativo, pelo menos, serviu para um grande exemplo e um gesto gigantesco do atacante Yuri, do clube goiano. Antes do jogo, ele mostrou um X na palma de sua mão. O gesto foi um grito de protesto contra a violência às mulheres em um dia no qual o Brasil deu mostras de que ainda está amarrado no século passado.
Golaço de Yuri, que soube usar a imensa caixa de ressonância que é o futebol para gritar em apoio à influencer Mari Ferrer, que viu o sujeito que a estuprou ser absolvido sob argumentação de que cometeu um "estupro culposo". O que não existe. Parabéns, Yuri, uma luz em um dia cinza do Brasil.