Foi contra esse mesmo Guaraní-PAR que os torcedores do Grêmio viram Arthur despontar em 2017. Renato mandou ao Defensores del Chaco um time reserva, preservando os titulares para a semifinal do Gauchão, contra o Novo Hamburgo, dias depois.
O 1 a 1 acabou ficando em segundo plano. Todos queriam falar de Arthur e o que ele tinha feito em campo — inclusive, com lançamento para o gol de Pedro Rocha.
Passados três anos, o Defensores del Chaco pode ser o palco para afirmação de um outro volante feito em casa. Darlan é da mesma linhagem de Arthur — sem comparações técnicas aqui, apenas de estilo de jogo. Embora tenha recebido muitas chances — bem mais do que Arthur, naquela época —, ele ainda sofre com algumas restrições parecidas. Convencer de que pode ser volante com essas compleição física e estatura ainda parecem ser um obstáculo.
O fato é que Darlan proporciona ao Grêmio uma fluidez em seu meio-campo. Não tem o passe no espaço vazio e a visão de Maicon, mas compensa com dinâmica. Sua presença deixa o time mais móvel naquele setor e isso reflete em um crescimento de Matheus Henrique.
Numa comparação com Lucas Silva, de maior vigor físico, seu jogo cria como mecanismo se defender mais com a bola do que sem ela — como fazia o Grêmio nos mais recentes anos dourados.
A partida em Assunção, mesmo sendo a primeira perna de um confronto eliminatório, está longe de requerer um jogo mais físico. Se adotar como postura a construção ofensiva e o controle das ações, dificilmente, o Grêmio encontrará no Guaraní um adversário espinhoso.
Agora, se permitir que os paraguaios joguem e usem, principalmente, sua força física e o enfrentamento, estará dando a eles o caminho que gostam de usar. Foi assim, por exemplo, contra Corinthians, que eles deixaram na Pré-Libertadores e o Palmeiras, para quem sofreram a única derrota na fase de grupos.