
O empate do Grêmio com o Ypiranga sinalizou uma questão adormecida na pandemia e que precisa ser resolvida: o futuro de Everton. Está nítido que o Cebolinha versão 2020 ainda está longe daquele jogador decisivo do ano passado. São oito jogos sem marcar gol. Mas isso é só um dos sinais.
A questão é que Everton está menos decisivo do que o normal. E o Grêmio depende dele como de nenhum outro jogador. Porque, quando o sapato apertava, a bola era enviada expressa para o pé do seu meia-atacante, e ele resolvia a questão. Até foi assim em alguns jogos neste ano, como na virada contra o São José, na Arena. Mas foram poucas as situações.
Temos de descontar os quatro meses de parada, é justo e obrigatório que se faça isso. Só que a baixa de Everton vem de antes da pandemia. Há uma questão de temperatura, ele não está tinindo como o time e a torcida se acostumaram a ver. Talvez seja os matizes de epílogo que ganhou esse semestre alongado pelo coronavírus.
Em janeiro, em conversas com dirigentes gremistas, ouvi que o staff de Everton já havia sido avisado de que a janela da metade do ano seria decisiva. Ou saía agora ou passava a se acostumar em ser um jogador nacional.
O próprio jogador deve, sozinho, fazer essa leitura. Aos 24 anos, mesmo em alta e na Seleção Brasileira, o relógio corre contra ele em um mercado que atravessa o oceano para buscar Vinícius Júnior, Rodrygo, Reinier, Diego Rosa.
Não é coincidência que todos mal tinham idade para tirar carteira de habilitação quando foram comprados. Tudo isso deve estar martelando na cabeça do Cebolinha e afetando seu rendimento.
Nada que afete seu profissionalismo ou entrega. Ele é um profissional exemplar. Porém, não há como negar que uma encruzilhada como essa na carreira baratine qualquer um.