O bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, tem origem na Chácara das Três Figueiras. Na sombra das árvores que deram nome ao local, perto do Caminho do Meio, moradores faziam confraternizações, churrascos e piqueniques. A Associação Beneficente e Educacional 1858, mantenedora do Colégio Farroupilha, comprou, em 1928, a propriedade da viúva Maria Müller. O ponto alto oferecia ar puro e uma vista privilegiada da cidade.
Quando a entidade adquiriu a área de terras no alto do Petrópolis, não estava nos planos a construção do novo prédio para a escola. O local deveria ser loteado para a venda de terrenos. Por muito tempo, foi uma sede campestre. Fundado em 1886 com o nome Knabenschule des Deutschen Hilfsverein (Escola de Meninos da Associação Beneficente Alemã), o Colégio Farroupilha ficava na Avenida Alberto Bins, no Centro Histórico.
Em 1948, o Jornal do Dia noticiou a realização de exercícios da Escola Preparatória de Cadetes "nas Três Figueiras", perto do fim da linha de bondes do Petrópolis. Um acampamento foi montado na área, situada em um "ótimo local que, além das belezas naturais e de uma maravilhosa vista, apresenta nos acidentes vários do terreno, um campo ideal para os exercícios". O texto revelou ainda uma região rural.
Em 1958, o jornal Diário de Notícias publicou nota sobre a conclusão da rede de abastecimento de água para a Vila Bom Jesus, citando que a próxima etapa atenderia a Vila Três Figueiras. O bairro foi criado por lei municipal em 1959.
O número de construções cresceu depois da inauguração do primeiro prédio do Colégio Farroupilha na Rua Carlos Huber, em 17 de março de 1962. Como o espaço no Centro já estava limitado, cinco anos antes, a mantenedora lançou a pedra fundamental da nova sede da escola. Desde o princípio, a preservação das figueiras foi prioridade. O arquiteto Carl Herrmann fez o projeto do novo prédio, orientado pelo engenheiro Carlos Henrique Siegmann, que de forma voluntária gerenciou a construção.
O Colégio Farroupilha preserva as três figueiras, duas no pátio e outra em um terreno em frente. Em 2000, as árvores foram tombadas pelo município como patrimônio histórico.