As caixas de bombons e barras de chocolate ficaram menores nos últimos anos. O consumidor já percebeu como os pesos e tamanhos mudaram em relação às Páscoas do passado. O movimento da indústria tem até um nome: reduflação.
Caixas de bombons
Você lembra qual era o peso padrão das caixas de bombom nos anos 1990? Sem dúvida, eram maiores. Mas quanto? Em pesquisa nos jornais Zero Hora e Pioneiro, busquei os anúncios de supermercados com produtos de Páscoa. A primeira observação é que a redução já começou no período de hiperinflação. Em 1992, a caixa da Lacta tinha 500 gramas de bombons. O mesmo produto estava com 400 gramas em 1993. Outras marcas também vendiam caixas de 400 gramas ou 500 gramas.
E o preço? Em 1994, o supermercado Kastelão anunciava a caixa de bombons Lacta de 400 gramas por CR$ 1.480. Se corrigir pela inflação (IPCA) acumulada até 2024, equivale a R$ 12,94. Em 1995, a primeira Páscoa do Plano Real, a mesma caixa era encontrada por R$ 2,99, equivalente a R$ 19,18 com a correção.
As caixas da Lacta e outras marcas atualmente têm 250 gramas. Os preços oscilam, mas ficam em torno de R$ 15.
Barras
No caso das barras de chocolate, a redução de peso é ainda maior. Nestlé e Lacta, por exemplo, vendiam o produto padrão com 200 gramas na década de 1990. Na Páscoa de 1994, custavam CR$ 645 em vários mercados de Porto Alegre. Corrigindo pela inflação em 30 anos, equivale a R$ 5,64. A redução de tamanho foi gradual na última década.
Hoje, as embalagens têm normalmente 80 gramas, que custam em torno de R$ 5. É verdade que as indústrias oferecem opções maiores. A Lacta apresenta a barra tamanho família, de 165 gramas, ainda menor que a vendida 30 anos atrás.
Reduflação
Importante deixar claro que a prática de redução de peso e tamanho dos produtos é permitida, mas a mudança precisa ficar clara na embalagem por pelo menos três meses.